Não é como eu vejo!

sexta-feira, 4 de maio de 2012.

Certo dia, ouvi uma suave voz que me dizia que o mundo é diferente do que enxergamos. Fiquei indagada. Como isso é possível? Eu tentei perguntar a essa voz como ela sabia disso, mas demorei a ouvi-la novamente.

Depois deste pequeno, e estranho, acontecimento, passei a pensar no mundo. "Mas por onde começar?", me veio a mente. Pensei em casas, carros, florestas, em suma, o ambiente. Analisei-o mentalmente e não "vi" nada que eu não havia visto antes. "Então, o que a voz queria que eu visse?", me indaguei.

Fui para casa, cumprimentei meus pais e irmão e fui ao meu quarto. Comecei a ler e acabei pegando no sono. No meu sonho vi dois garotos: um loiro, bem vestido, de olhos claros, com um vocabulário impecável; e um moreno, com roupas rasgadas, olhos negros e que mal conseguia se expressar. Novamente, ouvi a suave voz que me disse: 

- Para você, querida, o que é belo e feio? O que é certo e errado? Bom e mau? Desejado ou não? Responda-me sem medo.

Como a maioria das pessoas, disse que o primeiro jovem era o desejado, o bom, o belo e certo, pois sua aparência e estilo demonstravam isso, diferente do segundo. A voz misteriosa repreendeu-me, dizendo que estava enxergando apenas as coisas como um clichê, como todo mundo. Ela me disse que nem sempre o belo significa bom e o feio, ou indesejável, é mau. 

Ao acordar, repassei isso mentalmente, sem entender muito bem. Fui para a escola, pensativa. Ao chegar lá, vi um garoto que, aos meus olhos, era extremamente belo e educado, mas ele estava em conflito com uma garota. Parei e fiquei apenas observando-os. Logo depois, percebi que ele não era tão belo e que seu corpo emanava algo escuro, mal. Pensei estar delirando e sai ao encontro de meus amigos.

Sentada em sala, comecei a ver vultos escuros e claros, sem saber como e quando apareceram. E na minha frente havia uma moça que disse:

- Agora você pode saber em quem confiar, pois a beleza e a formalidade não são tudo. O que conta em uma pessoa, mesmo, é seu caráter.

Balancei a cabeça afirmadamente.

-Você está bem? - disse uma voz suave.

Ao acordar, percebi onde estava: era Paris e eu já tinha 24 anos. Tinha desmaiado? Ou quase morrido? Não sabia. Mas desse dia em diante parei de achar que o mundo é só aparência, mas é caráter e personalidade. Esses dois itens existem em todos nós, só precisamos saber encontrá-los e usá-los.

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