Ás vezes me pergunto se meu medo de conseguir muita coisa sempre me deixa mal. Sei que sou diferente das outras pessoas, mas tenho alguns problemas. Meus problemas às vezes parecem psicológicos, mas vocês perceberam que não.
Meus problemas começaram antes do meu nascimento. Minha mãe era uma feiticeira, de acordo com o suserano da época, mas não sei dizer se ter um carinho pela natureza e com os elementos seja feitiçaria. Porém um dos irmãos do senhor feudal, um rapaz de 24 anos, se apaixonou por ela. Eu sei que parece um amor impossível, mas ele acabou ocorrendo.
Meus pais se amaram no primeiro dia que se viram. Eles estavam em locais tão diferentes. Ele no trono ao lado do senhor, ela se escondendo dos guardas. Mas quando ela o viu seus sentimentos foram transmitidos pelo vento e ele sorriu. Seu irmão percebendo, gritou para que os guardas a encontrassem. E eles conseguiram.
Ela foi presa no calabouço, prometida de execução por usar magia negra contra o irmão do suserano. Ele, sabendo disso, foi ao seu encontro no calabouço.
-Qual seu nome, feiticeira?
-Clarice. Sou da Inglaterra. Meus pais vieram para cá. Sim, mexemos com os elementos, mas não é magia. Não fazemos bruxaria.
-Acalme-se. Não vou machucá-la, muito menos julgá-la. Sinto o mesmo que você sente por mim. Só quero dizer que vou libertá-la.
Ela olhou-o assustada! Ela pensou e lhe respondeu pelo Ar: "Como pretende ir contra seu irmão?" Ele se aproximou das grades e beijou-a. Ela sorriu e percebeu o que ele desejava. Ele a queria e ela o mesmo. Mas o beijo terminou e ele tinha aberto o calabouço e deixou-a ir.
Os pais de Clarice ficaram felizes por vê-la e fizeram uma oração a Deusa que os protegia e lhes havia abençoado com os poderes que tinham. Sei que é estranho, mas como eles eram pagãos, o ritual era normal, eles tomaram vinho com sangue. Depois de tudo terminado foram dormir.
Clarice ficou acordada pensando no homem que havia conhecido. Porém seu nome não sabia. Rezou a Deusa para que pudesse lhe informar. "O nome dele é Aro. Seus irmãos são muito diferentes, assim como ele não é apenas o que você vê. Marcus, seu suserano, é o mais gentil de todos apesar de ter agido de forma maldosa. Ele tem esse dever e não pode mudar. Isso você irá compreender depois. Já Aro é arrogante e cético, mas está amando-a. Minha pequena, está na hora de decidir por seu coração e amar quem você acha certo. Sua herdeira, que virá, será como nós duas: uma mulher decidida e forte. Viva minha querida. Merry-meet”.
Clarice acordou feliz e fez como sua Deusa disse. Agradecida, foi ao centro da Toscana até o castelo feudal. Encontrou Aro, sorridente e beijou em praça pública. Ele se assustou, mas não a maltratou. Pegou-a e levou-a para dentro do pavilhão do castelo.
-O que faz aqui?
-Aro, minha Deusa me disse que você me ama. Fique comigo. Case-se comigo. Serei sua para sempre.
Ele olhou-a e sorriu. Abraçou-a e beijou-a mostrando seu amor. Ele sabia que talvez seus irmãos não fossem aceitá-la, mas ele havia escolhido-a.
-Você tem certeza, Clarice?
-Toda certeza do mundo.
Não direi que a escolha foi errada, pois se tivesse sido não estaria aqui. Porém foi difícil aos dois se unirem. Os pais de Clarice diziam que ela ia ser amaldiçoada se ficasse com Aro, pois sentiam nele um mal eminente. Já Aro convenceu seus irmãos e marcou o casamento.
Foi um dia marcante para a época, já que nenhum nobre casava-se com uma plebeia. Sei que poderia ter sido bom, mas não foi assim. Nos primeiros dias, Aro amou-a e cuidou dela. Apesar de ele sumir nos horários de almoço e jantar. Depois de um mês, ele não olhava mais para ela. Clarice chorava escondida.
Marcus viu-a triste uma noite e disse:
-Clarice por que raios choras? Aro não a merece.
-Marcus, seu irmão me amava. Minha Deusa disse. Ela me entregou a decisão. Se estou como estou a culpa só é minha. Penso que deveria ter visto os avisos. Aro não quis meu bem. Apenas meu corpo.
Marcus olhou-a e sorrindo disse-lhe:
-Fuja. Deixe-o. Sei que assim ele começará a te dar valor. Vá, minha querida.
Desiludida e com uma ideia fixa, Clarice fugiu do castelo. Todos vocês devem entender o que ocorreu depois. Ela estava grávida. Sua gravidez foi estranha e dolorida. Em três meses de gestação sua filha nasceu. Sim, meu nascimento foi celebrado com festa e oferendas a Deusa.
Eu era a única criança ruiva dos olhos verdes do vilarejo. Meu nome era em homenagem a minha bisavó, uma feiticeira muito importante.
-Minha pequena Trianna. Seu mundo se abre e se eleva. Você será a maia bela das criaturas.
"Você será a criatura mais poderosa de todas. Será minha imagem na Terra. Porém será diferente. Viajara séculos. Sua vida se inicia agora, mas sua jornada será eterna. Amo-te como minha filha e a você entrego o mais fiel dos elementos, o Ar.”
Minha infância foi calma, mas muito rápida. Trabalhei no campo e minha mãe nunca me dizia nada sobre magia ou sobre meu pai. Apesar de tudo, eu via seus rituais e os reproduzia. Eu e a Deusa tivemos um relacionamento muito bom.
Quando completei 16 anos fui pela primeira vez ao reino. Vi cada pessoa, cada guarda. O Ar, meu guia e companheiro sempre esteve comigo. Sorria-me e confiava a mim seus medos e segredos assim como eu o fazia. Enquanto observava esse novo mundo, percebi sua agitação.
-Ar, o que você tem? - disse em voz alta. Ele me circulou e disse em meu ouvido: "FUJA AGORA!”
Olhei em volta e vi os guardas vindo à minha direção, porém era tarde para fugir. Eles me tomaram nos braços e me levaram ao castelo. Fui jogada no chão de mármore do salão principal com três homens a me observar. O Ar estava ao meu lado, furioso.
-Veja, querido irmão, sua aventura rendeu uma bela garota. - disse o homem loiro. O do meio se levantou e veio na minha direção. Tocou meu rosto e olhou em meus olhos.
-Você é filha de Clarice não é? Você conversa com os elementos e é tão pagã quanto sua mãe. Percebo o quão mal ela lhe fez, criança.
Senti-me ofendida e o Ar respondeu a minha raiva. Olhei enfurecida ao homem e disse-lhe:
-Não diga mais nada sobre minha mãe. Ela me ama e me protege de pessoas como você. Cada um de nós escolhe seu caminho. Você não tem o direito de dizer isso.
Ele, em resposta, estapeou minha face e riu.
-Trianna, sua mãe lhe escondeu toda a realidade. Ela lhe escondeu até minha identidade. Sou seu pai. Sua mãe me deixou. A vagabunda não me disse que estava grávida.
Olhei-o e fiquei sem entender. Mas compreendi. Meu pai era o irmão do suserano. Era por esse motivo que minha mãe não disse que eu era nobre. Comecei a chorar e vi que as lágrimas eram de sangue.
-Deusa! Você é meu pai! Estou assustada, triste e confusa. O que faço?
-Agora você vai conhecer sua verdadeira vida. Saberá como tem o que tem e como é mais poderosa do que imagina.
Depois disso, comecei a viver com meu pai. Minha mãe me procurou por todo o reino. Como não me encontrou começou a desistir. Descobri pouco tempo depois que ela havia sido encontrada morta com a garganta cortada e nenhuma gota de sangue.
Meus avós, por medo, fugiram e desistiram de me achar. Todos os elementos e minha Deusa choraram a morte de minha mãe. Uma chuva forte caiu em todo o reino e chorei sangue por dias.
-Sua mãe teve o que mereceu. Agora deixe de besteira, minha pequena, e venha comigo. - disse meu insensível querido pai.
Fui com ele e descobri coisas inacreditáveis. Descobri minha força, minha raiva, meu desejo e os meus poderes.
Meu pai se orgulhou de mim, pelo menos nisso e acabei dormindo feliz. No dia seguinte o castelo estava agitado. Parecia que um dos filhos de Aro acabara de retornar. Desci as escadas e fui ao salão principal.
-Perdoe meu atraso, meu pai.
-Está bem. Agora se sente para conhecer seu quase irmão que acaba de voltar depois de 150 anos.
Sentei-me no canto da sala quando ele adentrou o salão. Era alto, cabelos negros, olhos azul-esverdeados que se escondiam sobre o desejo vermelho por sangue. Era forte e tinha um certo charme que me deixou estática. Era a primeira vez que via um homem que parecia ter a minha idade.
-Alecsander, meu filho, como foi sua jornada?
-Melhor do que ficar nesse local ouvindo suas conversas ridículas. Pelo que vejo teve uma pequena brincadeira. E que bela brincadeira. Como se chama?
-Trianna. - disse sem graça.
-Humana ou imortal?
Olhei-o sem saber o que responder. Ele veio até a minha frente e puxou meu cabelo.
-Responda-me! - gritou.
-Ela não sabe o que é! Pare de maltratá-la agora! - pensei que fosse meu pai, mas era Marcus, meu tio.
Alecsander soltou-me e saiu. Olhei para minhas mãos e as vi tremer. Levantei e fui atrás dele.
-Alecsander, pare e olhe para mim. Agora! - gritei e senti o Ar bater nele e fez com que ele virasse. Ele não conseguia andar, seus pés não podiam se mexer.
-Sua bruxa! - ele gritou quando cheguei à sua frente. Olhei-o de lado e meu cabelo começou a mover-se.
"Você não sabe com o que está mexendo. Não sou bruxa. Na realidade não sei nem o que sou. Minha mãe está morta, meu pai não liga para mim e você chega e me humilha. Perdoe-me se não sei o que sou. Eu nunca soube. Olhe para mim: ruiva, branca e de olhos verdes. Tenho poderes e converso com você pelo ar. Eu sou uma aberração. Desculpe."
Ele segurou meu braço e sorriu. Eu abaixei os olhos e comecei a chorar.
-O que eu sou? - disse soluçando.
Ele mexeu em meu cabelo e conseguiu mover os pés. Ele chegou até perto de mim e disse no meu ouvido:
-Você é a coisa mais linda que eu já vi. Perdoe meu comportamento, mas estou bravo com tudo que ocorreu antes. Pode perdoar-me?
Segurei seu rosto entre minhas mãos e balancei a cabeça positivamente. Beijei sua face e saí pelo corredor. Senti seu sorriso. Fiquei feliz por saber que não era a única boba de tudo. Ele sabia mais do que eu o que era ser excluído.
Entrei em meu quarto e lá fiquei. Queria minha mãe de volta. Minha família. Mas hoje não é mais assim. O Ar sentou-se ao meu lado e acariciou meu rosto. Sorri-lhe e disse:
-Obrigada.
-Não tem de que. - ouvi. E me assustei. Pelo que sabia o Ar me respondia pela mente. Levantei e vi Alecsander sentado em minha cama.
-Mas como...
-Acalme-se. Não queria que ficasse triste. Desculpe por entrar aqui. De verdade. Somos monstros em prendê-la aqui. Mas Aro tem interesses.
-O que quero saber é o que somos?
-O mal. - ele disse abaixando o rosto. Peguei-lhe o rosto e beijei sua face. Mas ele virou o rosto e pela primeira vez nossos lábios se tocaram. Estremeci de corpo e alma. Ele sorriu e beijou-me forte. Deitou-me na cama e acariciou meu rosto.
-Alec, o que vamos fazer?
-Nada. Agora eu creio que nada. - disse ele sorrindo. Sorri-lhe e beijei sua boca novamente e puxei seus cabelos. Ficamos deitados um sobre o outro. Comecei a passar a mão em seu corpo e senti cada cicatriz que nele existia. Senti seu corpo retesar-se a cada toque. Então comecei a chorar. Ele sentindo meu lamento me abraçou e ficamos por horas assim.
As lembranças de tudo que ocorreu antes me passaram e acabei dormindo nos braços dele. Essa foi a primeira vez que fiquei com Alecsander. Também foi a primeira vez que beijei um cara. Foi lindo!
Acordei no outro dia e ele não estava mais lá. Procurei por todo o castelo, mandei os elementos procurá-lo, mas nada. Quando cheguei ao salão principal só encontrei Caius, meu outro tio, e ele me olhava.
-Procurando seu quase marido? - disse todo arrogante. Não respondi em palavras apenas pelo Ar.
"Onde ele está?"
-Ele foi embora. Aro pediu-lhe e ele obedeceu. Para Alecsander viver livre é seu passatempo. Não se iluda, pequena.
Olhei-o com raiva, mas não fiz nada. Fui atrás de Aro, mas encontrei-o em minha mente e li seus pensamentos. Ele havia mandado Alecsander em uma missão estranha só para que eu ficasse livre já que ele tinha planos para meus poderes.
Fiquei frustrada e triste. Precisava de Alecsander. Ele me faria feliz de verdade. Então corri sem direção e esbarrei em Marcus. Ele olhou-me e me arrastou até o canto e disse:
-Fuja daqui! Trianna, ele pretende fazê-la uma de nós. Vá minha querida. Ele quer seu mal.
-O que ele vai fazer?
-Só precisa saber que ele matou sua mãe. Ela descobriu onde você estava e não podia vir pegá-la. Então ele foi atrás dela e matou-a. Somos vampiros. Você também é, mesmo que nunca tome sangue. Querida fuja. Viva com seu amado e com sua vida. Não quero seu mal. Há 16 anos pedi a sua mãe que fugisse. Agora é sua vez!
Olhei assustada, mas percebi que precisa fugir. Ele tinha razão. Beijei sua face e corri. Sem direção na noite escura de outono, fui à floresta mais próxima e lá chamei os elementos. Com raiva, pedi-lhes algo que me arrependo até hoje. Pedi que deixassem que eu matasse.
E eles aceitaram meu pedido. A partir desse dia me tornei efetivamente uma vampira. Comecei a matar muitas pessoas e animais. Acharam que uma praga havia caído sobre o reino. Um dia deixei um homem me ver cheia de sangue e lhe disse:
-Conte aos outros. Diga-lhes que o mal eminente é um vampiro e que a praga será eterna já que nunca morrerei.
Ele me olhou espantado, mas acreditou em mim. Correu e foi à praça principal. Ouvi sua voz proclamar que havia visto um monstro e que ele lhe contara o que era. Sorri, satisfeita.
-Então a senhorita está feliz? - ouvi em minha orelha. Quando olhei quase morri. Alecsander, meu amado, estava atrás de mim. Eu sorri e beijei-o. Nossos corpos se uniram e nos amamos. Nessa noite me entreguei totalmente a ele e ele a mim. Nós tornamos amantes.
Porém por pouco tempo. Quando lhe contei sobre o que Aro havia feito, vi seus olhos chamuscarem e não fiquei feliz. Tentei impedi-lo, mas ele estava decidido. Queria matá-lo. Ele beijou minha face no começo daquela noite e saiu atrás de sua vingança.
Demorou dias, talvez apenas horas, mas descobri, como já temia, que ele havia sido morto. Meu coração sangrou e minha raiva começou a crescer. Comecei a aumentar o número de mortes. Dez, mil, dois mil por noite. Não lhes tomava todo o sangue, mas ao ouvi seus lamentos me sentia feliz.
Até que uma noite encontrei meu pai. Aro olhou-me de cima a baixo.
-Sua vadia! Merece toda a desgraça que lhe ocorre. Na verdade merece a morte. Que você morra!
-Então tente. Venha seu ridículo. Você mexeu com a vampira errada.
Porém não foi tão feliz assim. Acabei perdendo a luta e morrendo. Vi meu corpo estatelar-se ao chão e meu sangue fluir para a terra. Chorava por não ter vencido o mal. Por sucumbir a ele. Mas minha Deusa me abraçou e fique feliz.
"Minha mãe o que faço agora?"
"Você viverá como espírito até sua jornada de retorno. Criança, você vai reencontrar seu amor. Alecsander ainda vaga e você também o fará até encontrar seu verdadeiro lugar”.
Vaguei por séculos. Vi todas as grandes navegações. Conheci gênios. Li seus livros. Conheci ditadores, loucos e guerras. Vi pessoas tendo suas ideias e suas inspirações. Vi amores impossíveis. Porém depois de cinco séculos cansei-me do velho continente e vaguei para a América.
Vi muitos países desenvolvidos e suas belas tecnologias. Também conheci países tão pobre que quis fugir para minha Toscana, que agora era um reino unificado pertencente à Itália. Mas quando cheguei ao Brasil, minha alma, ou seja, meu ser por completo se sentiu bem. Mais da metade dos meus "descendentes" viviam nesse país.
Porém comecei a me esquecer de quem eu era. Não me recordava de mais nada. Tinha parado de vagar. Parara de ser um espírito vivo. E ai comecei a vagar pelo Mundo do Além. Lá é mais calmo do que imaginei e tudo que sempre quis estava lá.
Um dia percebi que estava caindo. Enquanto caia, senti meu corpo se desfazer. Na queda, vejo todos e tudo ao meu redor. Não digo que me recordo do que havia há minha volta. Lembro-me das lágrimas caindo dos meus olhos, do vento em meus cabelos e a dor lancinante nas minhas costas quando as bati contra o solo. A dor foi menor que o imaginado, pois percebi que não tinha mais corpo.
-Minha Deusa, o que ocorreu? - disse em voz alta. "Essa é minha voz? Onde estou?"
"Estás onde devias. Trianna, sua alma está aqui. Você morreu. Estou com você, minha filha. Cuidarei de você no meu mundo até estar pronta para retornar."
-Retornar para onde, minha mãe?
"Para a Terra. Você vagou sem corpo. Está desse modo há cinco séculos e meio. Minha filha, aguarde. Seu corpo real, o corpo que dará a seu espírito paz e mostrará a realidade está próximo de nascer."
Pensei por 5 minutos e conclui que era real. Agora me lembrava da morte de Alecsander, das mortes que causei, da luta entre meu pai e eu. Agora na minha mente os acontecimentos do mundo moderno se projetavam.
-Oh, não! Deusa, preciso ficar aqui. Não posso retornar. O mundo moderno é mais cruel do que o século em que nasci.
"Como foi premeditado a você, terá vida eterna até quando se conformar. Trianna, como te disse antes, Alecsander vaga pelo mundo atrás de sua reencarnação. Irá desistir do homem que ama?"
-Nunca. - respondi firme. Passei meio século no Mundo do Além. Aguardei até o momento tão importante: o nascimento do corpo onde resido.
Ela nasceu no dia 25 de março ás 19h20, descendente de três famílias italiana, que são descendentes direto da minha família. Seu nome: Gabrielle, nome totalmente cristão para uma alma pagã. Não era ruiva, seus olhos tendiam ao verde e não tinha poderes. Mas a Deusa escolheu-a.
Aceitei seu corpo. Na verdade, fiquei observando-a até os 13 anos, quando tomei seu corpo. Era estranho, mas foi melhor que o esperado. Ela me viu pela em seus sonhos, meu nome surgiu em um livro e meu ser em sua mente.
Porém entramos em contato por meio de minha Deusa e por textos. Gabrielle começou a amar livros, textos, contos e começou a escrever. Começamos a escrever e temos um blog, onde esta história está. Não quero que acreditem em nada escrito, mas que saibam que existo. Estou dentro dela e não vou sair. Ainda procuro Alecsander e pretendo voltar à mia bella Itáĺia.
Minha querida Deusa não me abandonará nunca. Sei que ela está presente em livros agora, mas uma filha dela sempre o será.
Essa é minha pequena vida que atravessou séculos. A história de uma alma apaixonada que ainda sofre. Agora sim vocês realmente me entendem.